O projeto Artesania Amazônica, compartilhou novas técnicas e valorização cultural para a aldeia do Piranha, localizada a cerca de duas horas de Careiro (AM). Mais de 20 artesãos indígenas da etnia Mura participaram da oficina de aperfeiçoamento, realizada pela Casa do Rio em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo. Como resultado, 29 produtos foram criados, reforçando assim, a força da produção artesanal local.

O Artesania Amazônica é fruto de anos de trabalho que desenvolvemos com as artesãs de Careiro e suas comunidades. Desde 2014, quando trabalhávamos com a Rede de Artesanato da Floresta, fortalecemos o artesanato local, reconhecendo-o como expressão viva da cultura amazônica e como fonte de renda para muitas famílias.

A oficina foi conduzida por Maria Alexandre, líder do Teçume da Floresta, coletivo criado com apoio da Casa do Rio e hoje consolidado como marca reconhecida mundialmente. Durante a formação, as participantes aprenderam técnicas de beneficiamento e coloração natural do cipó ambé, matéria-prima emblemática da região, desenvolvendo novas peças que combinam tradição e inovação.

“É uma valorização, um fortalecimento da nossa cultura indígena local. Estamos muito felizes.” — Valdenilza Maia, professora e beneficiária do projeto.

Para Tamires Vale, assistente de projetos da Casa do Rio,

“A imersão foi fundamental para fortalecer o grupo de artesãos, resgatar práticas culturais que estavam se perdendo e incentivar a geração de renda na aldeia. É um passo importante para que a comunidade amplie suas possibilidades e mantenham viva a identidade cultural Mura.”

“Fortalecer a comunidade como coletivo, e dar continuidade ao que já estamos trabalhando, só que indo para outros braços, como comunicação, precificação etc. Além de dar visibilidade ao grupo, integrando com o turismo de base comunitária e a rede hoteleira.” — Camila Castro, técnica de projetos da Casa do Rio.

Um dos resultados foram os 29 produtos criados integrando a identidade local com as técnicas repassadas. Vasos, cestos, leques, chapéus que foram aperfeiçoados com cores e sementes que trouxeram ainda mais um toque único e local. Confira algumas das peças desenvolvidas:

Ainda em 2025, o projeto prevê formação em marketing, valoração do produto e fortalecimento de governança, preparando o grupo para ampliar sua presença no mercado e consolidar sua autonomia. A aldeia do Piranha seguirá sendo o polo central dessas ações, fortalecendo ainda mais o coletivo.

O projeto conta com apoio financeiro da estilista Cris Barros, reconhecida no cenário da moda brasileira por valorizar técnicas artesanais e coleções que dialogam com diferentes expressões culturais. Além disso, conta com o apoio da agência Pedra através de Jeff Ares, parceiro que caminha conosco no reconhecimento das comunidades locais.

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