O Festival Saberes da Floresta, realizado pela Casa do Rio a cada dois anos, chegou à sua segunda edição entre fevereiro e junho de 2025 com resultados marcantes. Foram 1.852 pessoas impactadas diretamente e mais de 4.285 participantes indiretos, em uma programação que reuniu comunidades ribeirinhas, instituições, lideranças e artistas para celebrar a diversidade cultural amazônica, fortalecer a bioeconomia e reafirmar o compromisso com a preservação da floresta e de seus povos.
Conquistas da segunda edição
A programação do festival foi marcada pela diversidade de atividades e pelo protagonismo comunitário. Ao todo, foram 26 ações realizadas ao longo de quatro meses, entre oficinas, palestras, encontros comunitários, feiras e exposições culturais. Cada iniciativa foi pensada para valorizar o conhecimento tradicional, estimular a criatividade e abrir caminhos para o empreendedorismo local.
Entre os destaques estiveram a Feira de Bioeconomia, que deu visibilidade a produtos da floresta e fortaleceu a geração de renda das comunidades; o Encontro de Jovens Comunicadores, que ampliaram o protagonismo de novas vozes e lideranças, o encontro da Rede de Mulheres da BR-319 que destacou o empoderamento feminino através do empreendedorismo, e a construção coletiva do Manifesto dos Povos da BR-319, documento histórico que reafirma o compromisso com a preservação cultural, ambiental e social da região.
Esses resultados demonstraram a potência da coletividade amazônica e a força dos saberes tradicionais quando se articulam ao desejo de construir um futuro sustentável.
Um festival de rostos e histórias
O Festival Saberes da Floresta é também um espaço de encontro e representatividade. Homens, mulheres, jovens e crianças participaram ativamente, compondo um retrato da pluralidade que caracteriza a Amazônia: artesãos, agricultores familiares, representantes de comunidades locais, comunicadores e presenças de representantes dos povos originários da região. O público foi majoritariamente pardo (60%), mas também contou com representações indígenas, negras e brancas. Essa diversidade reforçou a riqueza de identidades que moldam a região e mostrou que os saberes da floresta pertencem a todos os que vivem e lutam por sua preservação.
Durante os meses de programação, cada oficina, roda de conversa e atividade cultural revelou histórias individuais que se conectaram a um propósito coletivo. A troca de experiências, os diálogos entre gerações e a presença marcante das mulheres e dos jovens mostraram que a Amazônia é feita de múltiplas vozes, todas essenciais para construir o presente e projetar o futuro.
O que esperar para as próximas edições?
A segunda edição do festival trouxe aprendizados fundamentais. Ficou evidente que o protagonismo das populações locais precisa permanecer no centro das ações. A bioeconomia reafirmou-se como motor de desenvolvimento sustentável, capaz de gerar renda sem comprometer a floresta. E a educação e a comunicação comunitária se confirmaram como pilares estratégicos para fortalecer a mobilização social.
Com base nessa experiência, a Casa do Rio e seus parceiros já desenham novos horizontes para as próximas edições do festival:
- Ampliar parcerias estratégicas, garantindo maior estrutura e alcance.
- Assegurar maior inclusão comunitária nos processos de decisão.
- Expandir a equipe de organização, atendendo à crescente demanda e potencializando os resultados.
- Promover de forma ainda mais ampla a bioeconomia amazônica, unindo cultura, inovação e sustentabilidade.
Um movimento em constante evolução
Bienal (a cada dois anos) o Festival Saberes da Floresta se consolidou.
Ele é um movimento coletivo de valorização cultural, fortalecimento dos laços comunitários e preservação da Amazônia. Cada edição deixa marcas profundas, mas também semeia novas possibilidades e aprendizados. Os resultados de 2025 mostram que os saberes da floresta não pertencem apenas ao passado. Eles são sementes de futuro — sementes que seguem sendo cultivadas com esperança, união e determinação por comunidades, parceiros e instituições que acreditam na força da Amazônia.